segunda-feira, 15 de setembro de 2008

personagem, um corpo que age

Uma roda com cerca de quarenta pessoas onde cada um precisa dizer o nome. Mas não vale se apresentar como quem vai preencher uma ficha de inscrição. É preciso inovar. Pode levantar os braços, rodopiar, dar pulinhos e até juntar as palmas das mãos em sinal de prece. Você é quem escolhe. Foi assim que Solange Grande, atriz e uma das integrantes da dupla As meninas do Conto, deu início a aula Corpo e Espaço, do curso de contadores de história, na Biblioteca Hans Christian Andersen.

O objetivo do exercício era criar uma identidade com o nome por meio da linguagem corporal. O próximo passo foi ouvir sobre o colega ao lado e apresentá-lo aos demais. Com um minuto para falar, teve gente que foi direto ao ponto, como por exemplo, “essa é fulana, me contou isso e aquilo”. Já outros deixaram a narrativa com cara de estória (com e mesmo) e incorporaram a (o) “personagem”. Para Solange Grande, todos os alunos completaram a tarefa, porém, alguns detalhes não entraram em cena. “É essencial conhecer a história que será contada e tentar interagir com o seu público”, disse Grande.

Uma das alunas relatou que o nervosismo virou o grande protagonista da sua história. “Nesses anos de experiência como contadora, posso dizer que nunca fiquei totalmente tranqüila. Sempre existe um pouco de ansiedade e nervosismo”, compartilhou a professora. O truque, nesses casos, é utilizar a sua fragilidade como uma ferramenta amiga. Quê, como assim? “Pessoal, eu tenho uma história para contar hoje, mas eu tô tão nervosa!”, exemplificou Grande.

Sabe aquela expressão corpo vivo? Todos foram convidados a senti-la. Primeiro, aquietando a mente e prestando atenção na respiração. Prática recorrente nas aulas de yoga. Segundo, caminhar pela sala e reparar na forma como você e seus colegas andam, olham e respiram. Recursos que podem ser utilizados na hora de compor o seu personagem. O jeito de andar, de falar, de mexer os olhos e de sentar fazem toda a diferença. Novamente, é o conceito de criar uma identidade com o seu corpo.

No final, formaram-se grupos de seis pessoas a fim de criarem uma narrativa gestual. Gargalhadas vieram à tona. Todos os futuros contadores de história viram objetos, lugares e pessoas que não estavam na sala. Será que enlouqueceram?

Dica de leitura:

  • O ofício do contador de história, Gislayne Avelar Matos e Inno Sorsy

2 comentários:

Iêda disse...

Caracas, Eny! Deu uma vontade de estar lá junto! rs Bom texto! Beijão

Viviane Pascoal disse...

Oi, Eny! Queria muito mesmo saber como tinha sido a segunda aula do curso, adorei a narrativa! Parabéns! a gente se encontra no sábado. bjos