segunda-feira, 30 de junho de 2008
o homem que não chora
Nunca vi uma lágrima sua. Não me lembro. Presenciei, apenas, o polegar e o indicador pressionando o canto (aquele onde as remelas se acomodam) dos olhos. Lágrima mesmo, eu nunca vi. Calado. Sério. Nervoso. Brincalhão. Incapaz de demonstrar uma pequena fragilidade. Guia um pelotão em tempos de guerra, sem desviar do caminho nem pedir socorro. Engole seco as amarguras e derrotas que a vida lhe deu. Hoje, achei que ele fosse chorar. Seu rosto indicava isso. Sua boca começou a tremer. Estava tudo pronto. Era só deixar a água descer e molhar a pele. Mas, novamente, ele não chorou. Quem chorou fui eu.
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